Na sua resposta aos saduceus que negavam a ressurreição e por isso desprezavam Deus e ridicularizavam a Lei, nosso Senhor e Mestre provou ao mesmo tempo a ressurreição e fez conhecer Deus. “E quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que Deus disse: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob?” E acrescenta: “Não dos mortos, mas dos vivos é que Ele é Deus!”. Assim, ele fez conhecer, de uma forma clara, que, quem falou a Moisés do seio da sarça e quem declarou ser o Deus dos pais, é o Deus dos vivos. Quem será então o Deus dos vivos senão o verdadeiro Deus, acima do qual não há outro? Foi ele que o profeta Daniel anunciou, quando respondeu a Ciro, rei dos persas...: ”Não venero um Ãdolo feito pela mão do homem, mas sim o Deus vivo, que criou o céu e a terra e que exerce o seu domÃnio sobre toda a carne”. E disse ainda: “Eu não adoro senão o Senhor meu Deus, porque é um Deus vivo” (Dan 14, 5.25).
O Deus que os profetas adoravam, o Deus vivo, é ele o Deus dos vivos, assim como o seu Verbo, que falou a Moisés na sarça e que também refutou os saduceus e concedeu a ressurreição. É ele quem, a partir da Lei, demonstrou a esses cegos estas duas coisas: a ressurreição e o verdadeiro Deus. Se ele não é o Deus dos mortos mas dos vivos, e se ele foi chamado de Deus dos pais, que adormeceram, sem dúvida alguma eles estão vivos para Deus e não morreram; “eles são filhos da ressurreição”. Ora, a ressurreição é nosso Senhor em pessoa, como ele próprio disse: “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11,25). E os pais são seus filhos porque ele disse pelo profeta: “Em lugar dos teus pais, virão os teus filhos” (Sl 44,17).
Tratado contra as Heresias de Santo Irineu.
"Deus vos abençoe!!!"
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