Como as mulheres de seu tempo, Maria foi preparada para o trabalho.
Trabalho que envolvia as atividades domésticas e aquelas outras próprias
das mulheres: cozer, fiar, bordar... Trabalho que transbordava a
sensibilidade própria do ser feminino que coloca muito de si naquilo que
é produzido e faz o cotidiano ter um sabor especial.
O anúncio do anjo, a novidade da concepção em seu ventre do Filho de
Deus transforma aquele trabalho corriqueiro – com o qual Maria
provavelmente já estava bastante acostumada – em serviço. Serviço primeiro ao próprio Deus, como aquela que cede o seu ventre
para que o Filho do Pai venha ao mundo, com todas as implicações que uma
gravidez traz e os conseqüentes cuidados e educação da criança que
chega.
Serviço ao outro manifesto através da necessidade de partilhar o seu
mistério com a prima Isabel, também detentora de uma grande novidade!
Maria parte para ajudar Isabel: à prima idosa prestará o serviço de seus
braços jovens e juntas compartilharão da espera da chegada daqueles que
anunciariam a plenitude dos tempos.
Serviço à família, no amor por José expressado a cada dia, no preparo
do alimento, no cuidado com a casa, na partilha dos sentimentos
próprios daqueles experimentam a paternidade e a maternidade e fazem uma
criança constituir-se em um adulto. Serviço ao Menino que necessitava
dos cuidados típicos de uma criança, que precisava ser instruído, que
precisava ser educado, enfim, que precisava tornar-se um homem especial:
humano e divino. Mais tarde, com Jesus já adulto, os cuidados da
infância serão substituídos pelos cuidados dedicados ao grupo de seus
discípulos, na lida do preparo de refeições, de camas para o descanso,
de roupas limpas, de manter a casa sempre pronta para receber aqueles
que um dia irão dar continuidade à obra de seu Filho.
Serviço à Igreja nascente, manifestado na força que demonstra no
Calvário, na alegria pelo anúncio da Ressurreição, no entendimento das
Escrituras e de todo o Evangelho pregado por seu Filho durante sua vida
terrena e que será paulatinamente descoberto por aqueles homens, os
primeiros anunciantes da palavra de Jesus. É em Maria que se reunirão, é
na Mãe que buscarão a sua força e o não esquecimento dos ensinamentos
do Mestre. E, por aqueles homens, Maria se tornará a Mãe da Igreja e da
Humanidade.
Maria não descansa nunca. Seu serviço terreno continua no Reino de
Deus, de onde continua a interceder por todos nós. O seu trabalho não
cansa, porque é serviço, é dom próprio daqueles que reconhecem no outro
suas necessidades e no atendimento destas encontram sua verdadeira
vocação. Que essa mulher incansável possa nos estimular a servir, a
trabalhar pela construção de uma nova realidade, a termos nossas casas e
corações abertos a todos os que buscam em nós um pouco do amor de Deus.
Para sua reflexão: Lc 1, 26-38
Fonte: http://www.padrechrystianshankar.com.br/novo/formacao/mariologia/156-maria-mulher-de-fe
"Deus vos abençoe!!!"
Fundador Gleydson do Blog Verbo Pai