“Moravam os frades numa casinha no Monte Casale. Alguns assaltantes que moravam num bosque roubavam viajantes. Ás vezes, iam pedir comida aos frades. Uns davam, pedindo-lhes que mudassem de vida. Outros não davam nada aos ladrões...
São Francisco chegou e eles contaram-lhe o caso. Ele disse que, se seguissem seu conselho, os ladrões mudariam de vida.
Ele falou: procurem os ladrões e digam: ‘Irmãos ladrões, vinde a nós, pois somos irmãos e vos trazemos bom vinho e bom pão’. Estendam uma toalha no chão e lhes sirvam pão e vinho com humildade. Depois, peçam que não batam em ninguém e não causem mal às pessoas.
No dia seguinte, levem também ovos e queijo. Peçam-lhes que se convertam a Deus.
Agradecidos, os ladrões começaram a trazer lenha para os frades. Eles converteram-se e foram respeitados e amados”.[1]
Em Iniciação Antiga e Moderna o Sr. Heindel diz que “O verdadeiro Místico não tem necessidade de pregar. Seus atos, e até mesmo sua presença silenciosa, são mais poderosos do que o mais profundo discurso preparado pelos sábios doutores de filosofia”.
Para ilustrar o Sr. Heindel cita uma passagem da vida de São Francisco. Certa vez, Francisco convidou um jovem do convento para ir ao povoado pregar. Muito contente seguiu o jovem o tempo todo conversando com Francisco sobre as coisas espirituais e o que nos conduz a Deus. Passaram por quase todas as ruas, parando às vezes para dirigir palavras delicadas e bondosas aos que encontravam. Caindo a tarde São Francisco resolveu voltar ao mosteiro. O jovem lembrou que haviam se esquecido de pregar. São Francisco respondeu: “Meu filho enquanto caminhávamos estávamos pregando aos que nos observavam. Nossas vestes simples revelaram que servimos a Deus. Os pensamentos dos que nos viram dirigiram-se logo para o céu... Estivemos pregando um sermão mais poderoso e eloquente do que se tivéssemos ido à praça e com eles ao nosso redor tivéssemos feito uma exortação sobre a Santidade”.
Em Gubbio, uma cidade não muito distante de Assis havia um lobo enfurecido que matava pequenos animais para comer, espalhando assim pavor entre os habitantes. Francisco, passando por lá, defrontou-se com o lobo e com ele conversou. O lobo dava sinais de entendimento movendo a cabeça e uma das patas. Prometeu-lhe Francisco que o povo de Gubbio iria alimentá-lo a partir daquele dia e que ele não necessitaria mais matar para comer. Assim Francisco amansou o lobo que viveu ainda mais dois anos.
Francisco fez muitas viagens pela Europa, tendo ido também aos lugares santos na Palestina.
Em 1220 estando doente e enfraquecido quase cego, entregou a direção da Ordem a Pietro Cattani que fez sua partida um ano depois. Então, Frei Elias foi nomeado para seu posto.
“Francisco tinha, por hábito, retirar-se para um local bem tranqüilo, para meditar, chamado de Eremo delle Carceri (que significa local solitário em meio a um bosque e próprio para retiro sacro). Este lugar diz-se ter pertencido aos Templários”.[2]
Fonte: Colaboração de Luigi Zampieri, enviado por Ildefonso Silveira.
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