O Ano da Fé nos introduz num campo muito interior do nosso eu. Dar crédito, sobretudo no âmbito religioso, é aninhar no centro do coração proposições impossÃveis de verificar pela experiência cotidiana. (P. ex. que Jesus é o Filho de Deus). São acolhidas em plena liberdade, pois a inteligência reconhece a razoabilidade dos artigos em questão.
Nós cristãos, mesmo em temas de grande importância, podemos ter uma grande margem de opiniões, que não exigem adesões de fé. Por exemplo, nós devemos ter firme fé que Jesus ressuscitou. Mas temos um largo campo de opiniões, para explicar como se realizou tal fenômeno.
Aceitar Jesus Cristo é o ponto fulcral, que o EspÃrito nos concede. Por tal graça, aceitamos na paz tranquila da alma, as verdades que a mãe Igreja propõe a seus filhos. No Credo nós não criamos uma lista de verdades, segundo o nosso desejo pessoal. Mas aceitamos, de coração, tudo aquilo que a comunidade católica professa em público. São Paulo preceitua que entre nós deve haver “um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Ef. 4,5). Não é possÃvel livrar o coração de dúvidas. Nas verdades essenciais devemos aplicar-nos a um diligente estudo, para reduzir ao mÃnimo nossas vacilações interiores.
Mas professemos de coração o que proclamamos no credo: “Creio na Santa Igreja Católica”. Entretanto devemos saber fazer uma distinção. No sÃmbolo da fé não manifestamos crença em coisas. Cremos só em pessoas. E como fica então isso de crer na Igreja? É que no Credo, antes de manifestar a nossa firme caminhada com a Igreja de Cristo, nós exclamamos “creio no EspÃrito Santo”. É Nele que nós cremos quando dirige a Igreja Católica, quando estabelece a comunhão entre os Santos, quando nos garante participar da vida eterna.
Dom AloÃsio Roque Oppermann scj
Arcebispo Emérito de Uberaba, MG
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