A Virgem Maria, modelo da Igreja no exercício do culto

Verbo Pai
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16. Queremos, agora, seguindo algumas indicações da doutrina conciliar acerca de Maria e da Igreja, aprofundar um aspecto particular das relações que se verificam entre Maria e a Liturgia, ou seja: Maria como exemplar da atitude espiritual com que a Igreja celebra e vive os divinos mistérios. A exemplaridade da bem-aventurada Virgem Maria, neste campo, é conseqüência do fato de ela ser reconhecida como modelo excelentíssimo da Igreja, na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo (LG 63), isto é, daquelas disposições interiores com que a mesma Igreja, Esposa amadíssima, intimamente associada ao seu Senhor, O invoca e, por meio d'Ele presta o culto ao eterno Pai (SC 7).

17. Maria é a Virgem que sabe ouvir, que acolhe a palavra de Deus com fé; fé, que foi para ela prelúdio e caminho para a maternidade divina, pois, como intuiu Santo Agostinho, "a bem-aventurada Maria, acreditando, deu à luz Aquele (Jesus) que, acreditando, concebera" (Sermo 215, 4; PL 38,1074); na verdade, recebida do Anjo a resposta à sua dúvida (cf. Lc 1,34-37), "Ela, cheia de fé e concebendo Cristo na sua mente, antes de o conceber no seu seio, disse: "Eis a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,38 - ibid.); fé, ainda, que foi para Ela motivo de beatitude e de segurança no cumprimento da promessa: "Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido" (Lc 1,45); fé, enfim, com a qual ela, protagonista e testemunha singular da Encarnação, reconsiderava os acontecimentos da infância de Cristo, confrontando-os entre si, no íntimo do seu coração (cf. Lc 2,19.51). É isto que também a Igreja faz; na sagrada Liturgia, sobretudo, ela escuta com fé, acolhe, proclama e venera a Palavra de Deus, distribui-a aos fiéis como pão de vida (DV 21), à luz da mesma, perscruta os sinais dos tempos, interpreta e vive os acontecimentos da história.

18. Maria é, além disso, a Virgem dada à oração. Assim nos aparece ela, de fato, na visita à mãe do Precursor, quando o seu espírito se efunde em expressões de glorificação a Deus, de humildade, de fé e de esperança: tal é o "Magnificat" (cf. Lc 1,46-55), a oração por excelência de Maria, o cântico dos tempos messiânicos no qual confluem a exultação do antigo e do novo Israel, pois, conforme parece querer sugerir Santo Ireneu, no cântico de Maria convergiu o júbilo de Abraão, que pressentia o Messias (cf: Jo 8,56) (36) e ressoou, profeticamente antecipada, a voz da Igreja: "exultante, Maria clamava, em lugar da Igreja, profetizando: a minha alma glorifica o Senhor...".(37) Este cântico da Virgem Santíssima, na verdade, prolongando-se, tornou-se oração da Igreja inteira, em todos os tempos.

Virgem em oração aparece Maria, também, em Caná, onde, ao manifestar ao Filho, com imploração delicada, uma necessidade temporal, obteve também um efeito de graça: que Jesus, ao realizar o primeiro dos seus "sinais", confirmasse os discípulos na fé n'Ele (cf. Jo 2,1 12). Por fim, ainda a última passagem biográfica relativa a Maria no-la descreve orante: os Apóstolos "perseveravam unânimes na oração, com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos dele" (At 1,14). Presença orante de Maria na Igreja nascente, pois, e na Igreja de todos os tempos; porque ela, assumida ao céu, não depôs a sua missão de intercessão e de salvação (LG 62).

Virgem dada à oração e também a Igreja, a qual todos os dias apresenta ao Pai as necessidade dos seus filhos, e "louva o Senhor sem cessar e intercede pela salvação de todo o mundo" (SC 83).

19. Maria é, depois, a Virgem Mãe, isto é, aquela que "pela sua fé e obediência, gerou na terra o próprio Filho de Deus Pai, sem ter conhecido varão, por obra e graça do Espírito Santo" (LG 63). Maternidade prodigiosa, constituída por Deus protótipo e modelo da fecundidade da Virgem-Igreja a, a qual, por sua vez, "se torna também mãe, dado que, com a pregação e com o batismo gera para vida nova e imortal "os alhos concebidos por ação do Espírito Santo e nascidos de Deus" (LG 64).

Texto retirado do site do Vaticano.

Deus abençoe você!!!
Fundador Gleydson do Blog Verbo Pai

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