Quem sabe haja, no céu, alguém que você tenha conhecido, que esteja morto e tenha se tornado santo!
Durante o ano, a Igreja Católica dedica
alguns dias em sua liturgia para homenagear alguns santos. 19 de março é
dia de São José; 13 de junho, dia de Santo Antônio; 12 de outubro, de
Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Enfim, comemoramos o exemplo de
vida dos santos e o fato de eles já estarem diante da glória de Deus.
Contudo, você já imaginou que, além dos
santos mais conhecidos, muitas outras almas também chegaram a ganhar o
céu e a plenitude? Já pensou que, durante a história da humanidade,
muitos mártires e muitas outras pessoas de bom coração, fiéis ao Senhor,
viveram sua vida de forma irrepreensÃvel e foram testemunhas para
outro, mas permaneceram anônimas? Quem sabe haja, no céu, alguém que
você tenha conhecido, que esteja morto e tenha se tornado santo!
Pois bem! No dia 1º de novembro, a
Igreja celebra a Festa de Todos os Santos para fazer memória àqueles que
estão diante da visão beatÃfica de Deus, intercedendo por nós sem
cessar.
Para compreendermos um pouco melhor o
sentido dessa festa, é importante mergulharmos na realidade da Igreja de
Cristo, Seu Corpo MÃstico. A definição de Igreja é “a assembleia de todos os santos. A comunhão dos santos é precisamente a Igreja” (Catecismo Igreja Católica 946).
Complementando, o artigo seguinte diz:
“Uma vez que todos os crentes formam um só corpo, o bem de uns é
comunicado aos outros [...]. O bem de Cristo é comunicado a todos os
membros” [da Igreja] (CIC 947). Existe uma comunhão de bens espirituais
que uns podem transmitir aos outros; nossas orações, nossos pedidos,
jejuns e sacrifÃcios podem se tornar um “fundo comum”.
Os membros da Igreja são “os seus
discÃpulos que peregrinam na terra (nós vivos); outros, terminada esta
vida, são purificados (almas no purgatório); enquanto outros são
glorificados, vendo claramente o próprio Deus trino e uno, como Ele é”
(CIC 954).
As almas, nos três estados da Igreja,
podem alcançar graças umas pelas outras. “A união dos que estão na terra
com os irmãos que descansam na paz de Cristo de maneira alguma se
interrompe; pelo contrário, [...] vê-se fortalecida pela comunhão dos
bens espirituais” (CIC 955).
Essas verdades a Igreja buscou na
Sagrada Escritura. Nenhuma alma “fica dormindo” como interpretam alguns.
“Como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em
seguida vem o juÃzo” (Hb 9, 27); e também quando Jesus diz ao que foi
crucificado junto com Ele: “Hoje estarás comigo no paraÃso” (Lc 23, 43).
Também não fica inconsciente: “Estando ele (o rico, já após sua morte)
nos tormentos do inferno, levantou os olhos e viu, ao longe, Abraão e
Lázaro no seu seio” (Lc 16, 23).
No livro do Apocalipse, encontramos
também uma passagem em que João vê os santos interagindo com o Senhor e
lhes é pedido que aguardem até se completar o tempo de instaurar a
justiça na terra: “Vi debaixo do altar as almas dos homens imolados por
causa da palavra de Deus e por causa do testemunho de que eram
depositários. E clamavam em alta voz, dizendo: Até quando tu, que és o
Senhor, o Santo, o Verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e sem vingar o
nosso sangue contra os habitantes da terra? Foi então dada a cada um
deles uma veste branca, e foi-lhes dito que aguardassem ainda um pouco,
até que se completasse o número dos companheiros de serviço e irmãos que
estavam com eles para ser mortos” (Ap 6, 9-11).
Fica claro que, após a morte, a alma que
alcançou as graças de Deus e se foi para junto d’Ele está intercedendo
pelos vivos, e não aguardando que Cristo venha, em Sua segunda vinda,
para só então “despertar”.
Costumo dizer que nós pensamos ser
devotos dos santos, mas se repararmos bem, desde antes de sabermos
alguma coisa sobre um deles, eles já estavam cuidando de nós. Por vezes,
vivendo uma situação difÃcil, chegava até mim, como que “por acaso”, um
folheto ou uma imagem de um padroeiro “especialista” na situação pela
qual eu estava passando.
Dias atrás, conheci um casal devoto de
São José. Eles me contaram que, antes mesmo da conversão deles, haviam
se casado numa paróquia de São José (foi a igreja que conseguiram na
época). Também disseram que se conheceram no dia 1º de maio (São José
Operário) e noivaram num dia 19 de março (porque foi a data em que
conseguiram reunir todos os parentes). Hoje, eles percebem como o pai
adotivo de Jesus continua presente na vida e no matrimônio deles.
Com certeza, o céu se antecipa quando
nos tornamos devotos de um santo, e descobrimos que ele já estava
movendo o coração de Deus em nosso favor.
Todos os santos, rogai por nós!
Texto extraÃdo do site canção nova.
"Deus vos abençoe!!!"
Fundador Gleydson do Blog Verbo Pai
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