Quando a morte chega, não é possível fazer nada: o que está feito, está feito. Meu Deus, se um homem soubesse de repente que dentro de poucos dias a sua vida e fortuna haviam de ser envolvidas num processo, como se apressaria a procurar um advogado hábil, que fizesse prevalecer perante os juízes os seus meios de defesa, e tentasse todos os esforços para lhe conseguir uma sentença favorável! E que fazemos nós? Sabemos com certeza que, em breve, se há de julgar o mais grave de nossos negócios, o da nossa eternidade, e perdemos o tempo!
Coisa espantosa! Por mais longa que seja a nossa vida, de tão pouca duração a considera o demônio, que não perde um momento sem nos tentar: Investiu contra vós o demônio cheio de raiva porque ele sabe que lhe resta pouco tempo (Ap, 12,12).
A venerável madre Joana da Santíssima Trindade, carmelita descalça, costumava dizer: Na linguagem dos santos é desconhecida a palavra amanhã; pertence esta palavra à linguagem dos pecadores; têm eles sempre na boca estas palavras: ‘Mais tarde, mais tarde’.
Assim dizem e assim demoram até à morte a sua conversão: o tempo favorável é agora (2Cor 6,2): Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não endureçais os vossos corações.
Extraído de: AFONSO DE LIGÓRIO. Máximas eternas. São Paulo: Cultor de livros, 2016, p. 109.
"Deus vos abençoe!!!"
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