Permitam-me contar-lhes uma
famosa aparição de um Papa a uma santa.
O Papa Inocêncio III morreu no
dia 16 de julho de 1216. No mesmo dia, ele apareceu a Santa Lutgarda, no
monastério de Aywières, região central da Bélgica. Surpresa por ver um espectro
envolto em chamas, ela perguntou de quem se tratava e o que queria aquele
espectro envolvido em chamas:
– “Sou o Papa Inocêncio”, ele
respondeu.
– “Mas seria possível que o
senhor, nosso pai comum, se encontrasse em um estado assim?”, ela perguntou.
– “Sim, eu de fato me encontro
neste lugar. Estou expiando três faltas que teriam causado minha perdição
eterna. Graças à bem-aventurada Virgem Maria, obtive o perdão delas, mas tenho
de fazer reparação. Ai de mim! Aqui é terrível e isto durará por séculos, se tu
não vieres em meu auxílio…Em nome de Maria, que obteve para mim o favor de
recorrer a ti, peço-te, ajuda-me.”
Depois de dizer estas palavras,
ele desapareceu.
Lutgarda anunciou a morte do Papa
a suas irmãs, e juntas elas se dedicaram à oração e a obras penitenciais em
favor do augusto e venerável Pontífice, cujo falecimento lhes foi comunicado
algumas semanas depois.
Devo admitir que a leitura deste
incidente me impactou muito e eu com prazer o deixaria passar em silêncio,
pois; relutava em pensar que um Papa, e ainda mais este Papa, tivesse se
condenado a um Purgatório tão longo e terrível.
Sabemos que Inocêncio III, que
presidiu em 1215 o célebre Concílio de Latrão, foi um dos maiores Pontífices a
se sentar no trono de S. Pedro. Seu zelo e sua piedade levaram-no a realizar
grandes feitos pela Igreja de Deus e pela santa disciplina. Como admitir,
então, que um homem dessa estirpe fosse julgado com tamanha severidade pelo
Tribunal Supremo? Como reconciliar essa revelação de Santa Lutgarda com a
misericórdia divina?
Por conta dessas questões, passei
a tratar essa aparição como algo ilusório, procurando por razões que dessem
suporte a essa ideia.
O que descobri, no entanto, ao
contrário disso, foi que veracidade dessa aparição é admitida pelos mais sérios
autores, não sendo rejeitada por nenhum sequer. Ademais, o biógrafo dessa
santa, Tomás de Cantimpré, é muito transparente ao escrever e, ao mesmo tempo,
bastante reservado. “Devo explicar, leitor”, ele escreve ao fim de sua
narrativa, “que foi da própria boca da piedosa Lutgarda que eu ouvi as faltas
reveladas pelo defunto, as quais eu omito aqui por respeito a um tão grande
Pontífice.”
À parte isso, considerando o
evento em si mesmo, poderíamos encontrar uma boa razão para questioná-lo? Não
sabemos nós, afinal de contas, que Deus não faz acepção de pessoas — e que os
Papas aparecem diante do seu tribunal, portanto, assim como o mais humilde dos
fiéis —, que todos, grandes e pequenos, são iguais diante dEle, e que cada um
recebe de acordo com suas obras? Não sabemos igualmente que aqueles que
governam os outros têm uma grande responsabilidade, e terão de fazer uma severa
prestação de contas?
Os Papas aparecem diante do
tribunal de Deus assim como o mais humilde dos fiéis.
Acredito que este testemunho
precisa nos levar a uma reflexão profunda sobre como estamos levando a nossa
vida! Afinal de contas, o Papa Inocêncio III, disse que foram 3 faltas que o
levaram a perdição eterna! Ele teria sido condenado ao Inferno se não fosse a
Intercessão da Virgem Maria por ele, que lhe obteve a graça de reparar o seus
erros no Purgatório. E o seu purgatório, disse ele, duraria séculos e séculos…
“Senhor Jesus, dai-me a graça de
ser fiel a Ti. Dai-me a graça de ser obediente àquilo que queres de mim! Afasta
da minha vida todo o pecado que quer me levar à condenação eterna! Afasta e
repeli para longe da minha vida, o Inimigo Perverso, que quer me tirar dos Seus
caminhos! Socorre-me, e enviai sobre mim o Espírito Santo Paráclito! Seja Ele a
minha força, hoje e sempre! Amém.”
"Um Feliz Natal com Cristo Jesus!!!"
Equipe de Comunicação do Blog Verbo Pai
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