A Semana Santa deve ser um tempo de recolhimento, de interiorização e de abertura do coração e da mente para o Deus da vida.
Significa fazer uma parada para reflexão e reconstrução da
espiritualidade, essencial para o equilÃbrio emocional e segurança no
convite que hoje se eleva do coração da Igreja aos fieis. Se tornando uma responta
de plenitude do caminho natural da história de vida de cada cristão que luta na trilha com mais objetividade e firmeza.
Na Semana Santa se revela em "Jesus luta com o Pai: melhor, luta consigo mesmo; e luta por nós. Sente angústia
frente ao poder da morte. Este sentimento é, antes de mais nada, a turvação que
prova o homem, e mesmo toda a criatura viva, em presença da morte. Mas, em Jesus,
trata-se de algo mais. Ele estende o olhar pelas noites do mal; e vê a maré
torpe de toda a mentira e infâmia que vem ao seu encontro naquele cálice que
deve beber. É a turvação sentida pelo totalmente Puro e Santo frente à torrente
do mal que inunda este mundo e que se lança sobre Ele. Vê-me também a mim, e
reza por mim. Assim este momento da angústia mortal de Jesus é um elemento
essencial no processo da Redenção; de facto, a Carta aos Hebreus qualificou a
luta de Jesus no Monte das Oliveiras como um acontecimento sacerdotal. Nesta
oração de Jesus, permeada de angústia mortal, o Senhor cumpre a função do
sacerdotes: toma sobre Si o pecado da humanidade, toma a todos nós e leva-nos
para junto do Pai." (Papa Bento XVI, Missa na Santa Ceia do Senhor - 2012)
As dificuldades encontradas não são fracasso nem caminho sem saÃda.
É sim uma oblação da humanidade em razão ao amor que se derrama na cruz. Elas nos levam a firmar a esperança na luta por uma vida sem obstáculos
intransponÃveis. Foi o que aconteceu com Cristo, no trajeto da Paixão,
culminando com Sua morte na cruz. Em todo esse caminho, Ele passou por
diversos atos de humilhação.
A estrada da cruz foi uma perfeita
reveladora da identidade de Jesus. Ele teve de enfrentar os atos de
infidelidade e rebeldia do povo que estava sendo infiel ao projeto de
Deus, inclusive sendo crucificado entre malfeitores. Jesus partilha da
mesma sorte e dos mesmos sofrimentos dos assassinos e ladrões de sua
época.
Na Semana Santa
devemos associar ao sofrimento de Cristo o mesmo que acontece com
tantas famÃlias e pessoas violentadas em nosso tempo. Podemos dizer da
violência armada, dos trágicos acidentes de trânsito, das doenças que
causam morte, do surto da dengue, dos vÃcios que ceifam muita gente,
etc.
Como diz o profeta Isaias: "Eis o que diz o Senhor: no tempo da graça eu te
atenderei, no dia da salvação eu te socorrerei, (Eu te formei e designei
para fazer a aliança com os povos), para restaurar o paÃs e distribuir
as heranças devastadas, para dizer aos prisioneiros: SaÃ! E à queles que mergulham nas trevas: Vinde à luz!" (Is 49, 8-9b)
Jesus foi açoitado, esbofeteado, teve a barba arrancada,
foi insultado e cuspido. O detalhe principal é que nenhum sofrimento O
fez desistir de Sua missão nem ter atitude de vingança. Ele deixou claro
que o perdão é mais forte do que a vingança.
Devemos aprender com Ele e olhar a vida de forma positiva, sabendo que seu destino é projetado para a eternidade em Deus.
Fundador Gleydson do Blog Verbo Pai